8ª MARATONA DO PORTO

... Setembro de 490 a. C. !
Na tentativa de dominar as rebeliões das cidades gregas na costa da Ásia Menor e posteriormente conquistar o território da antiga Grécia, o exército persa de Dário I desembarca em território ateniense.
REZA A LENDA que Milcíades, face à desproporção de forças em confronto, envia Fidípedes (Feidipides ou Filípedes - em grego, Φειδιππιδης) a Esparta, na tentativa de solicitar auxílio; Fidípedes percorre 220 Kms em menos de um dia, a pé, vendo gorado o pedido ateniense, por alegados motivos religiosos invocados pelos espartanos, enquanto durassem os festejos relacionados com o ciclo lunar nunca poderiam prestar auxílio antes de seis dias; perante o inevitável, Milcíades ataca o inimigo posicionado na zona de Maratona (Μάχη τοῡ Μαραθῶνος), destruindo parte da sua frota e massacrando a quase totalidade do exército persa; Milcíades, terá então enviado Fidípedes a Atenas, a uns distantes 42 Kms, anunciando o retumbante sucesso, e prevenindo eventuais novas investidas das reforçadas forças persas; Fidípedes percorreu a distância sem parar, gritando ao chegar a Atenas «nenikekamen!» . "Alegrai-vos, atenienses, nós vencemos!", caindo de seguida morto devido ao esforço e à enorme exaustão.
... 06 de Novembro de 2011!
Manhã fresca e sem vento, apenas uma ligeira aragem, atletas de todas as idades concentrados nas imediações do Palácio de Cristal, para mais uma vez (oitava na cidade do Porto, mas milhares de vezes por esse mundo fora...) enfrentarem a mítica distância de 42195 metros, desta vez nas artérias da Invicta e da zona ribeirinha de Gaia, com retorno na Afurada, passagem pela ponte Luís I (assim mesmo), ida até ao Freixo e chegada no Parque da Cidade.
Os seis representantes do CCD "O ALVITEJO" resistiram estoicamente às vicissitudes naturais da prova tendo todos chegado bem dispostos à meta, satisfeitos por mais um desafio cumprido com novo teste às suas capacidades físicas e mentais, e com apetite qb para almoçar (... há que preparar de imediato as próximas provas)!...

A heroína e sempre risonha Maria Antonieta Sá, 04:23:16 (1244º da geral, 45ª F40)
O bem apetrechado/prevenido(...macacas ausentes) Rui Lima, 04:05:47 (1072º da geral, 213º M35) , com o mesmo tempo chegou o seu amigo Hugo Agostinho (1071º da geral - 180º M20).
A elegância e o aquecimento no Parque do Joaquim Martins, 03:51:48 (882º da geral, 108º M50)

Da VCI ao Dragão do Arsénio Fernandes, 03:23:58 (372º da geral, 16º M55)
O perdido e só na cidade (à volta dos estádios) do Francisco Gaio, 02:58:44 (100º da geral, 20º M45)
.... e como o soldado ateniense, também pudemos gritar: NENIKEKAMEN... NÓS VENCEMOS ! ! !
Vários recordes da prova batidos, nomeadamente o número de atletas chegados à linha da meta, 1545, que passou a ser recorde relativamente às outras maratonas disputadas em Portugal.
O vencedor da prova, o queniano Philemon Baaru, bateu igualmente o record da prova com 02h09m52s, por sua vez o melhor português foi o Bruno Soares com 02h22m36s. A vencedora feminina foi a queniana Pauline Chepchumba com 02h41m24s seguida da portuguesa Alice Basílio com 03h08m16s.
Em simultâneo disputaram-se mais duas provas: a Family Race (14 Kms) e uma mini maratona de 6 Kms, ambas igualmente com chegada no aprazível Parque da Cidade.
Organização de parabéns, quer no evento da Expo Maratona no edifício da Alfândega do Porto,

nomeadamente na PASTA PARTY, quer nos aspectos logísticos de transporte dos atletas do local de chegada para a partida e vice-versa (rápidos e eficientes), excelente kit de participante, quer ainda nos diversos abastecimentos, apoios diversos ao longo do percurso e na zona de chegada. O enquadramento de toda a zona por onde o percurso se faz, mesmo para quem já conhece, é simplesmente fabuloso, e muito bem aproveitado! Temos o Palácio de Cristal, a Rotunda, Casa da Música, Boavista e Bessa com a Pantera, Edifício Transparente, toda a zona do passeio marítimo,o rio Douro, o mar, a Foz, as pontes, as zonas históricas do Porto e de Gaia, as Caves, e as GENTES com o seu tipicismo e apoio especial. Quando assim é, fica-se com vontade de voltar!

Ah!... depois dum esforço destes, nada melhor para repôr energias que umas TRIPAS Á MODA DO PORTO e o dito cujo habitual, vindo directamente do lagar do produtor, em CANECAS apropriadas para o efeito! Pena o 'môlho' ter acabado... e as FRANCESINHAS estarem de folga, fica prometido prá proxima visita!... se possível com a presença do caríssimo João Fortunato, com quem se contava pelo menos pró petisco, mas não... baldou-se!..., ou com receio da barriguita aumentar, ou já em preparação prá Nazaré!

Por Arsénio Fernandes (atleta do Alvitejo)